A platina é um metal raro de cor prata-aço, como o ouro, possui alta inércia química: resistente a ácidos, álcalis e outros compostos, só se dissolve na água régia. É legitimamente considerado um metal nobre. A platina agora é mais valiosa do que o ouro, mas nem sempre foi assim.
No Novo Mundo, durante séculos antes da chegada dos espanhóis, as joias de platina eram feitas da mesma forma que o ouro, mas a platina só se tornou conhecida dos europeus em meados do século XVI. Pela primeira vez, os espanhóis notaram grãos de platina nas minas de ouro do continente sul-americano. Eles perceberam e jogaram de volta no rio, acreditando que era prata com impurezas. Eles tentaram se livrar dela. É desse mal-entendido que se originou o nome do metal: na tradução do espanhol, a palavra plata significa literalmente "prata" ou "prata ruim". Naquela época, a platina era avaliada pela metade do preço da prata e várias vezes mais barata que o ouro. Por muito tempo não encontrou aplicação, joias de platina não eram feitas naquela época, e era difícil cunhar moedas, devido à sua refratariedade. Ouro intercalado com platina foi chamado de "podre", nas minas as autoridades exigiram separar cuidadosamente a "prata" do ouro recuperado. Logo se percebeu que a platina e o ouro podiam ser ligados, e os falsificadores aproveitaram essa propriedade. A platina começou a ser reconhecida apenas em meados do século 18, depois que Luís XVI a chamou de “o metal dos reis”. Mas demorou mais cerca de cem anos antes que os cientistas provassem em 1838 que a platina é um elemento químico independente. Um pouco antes de ter sido encontrado no território da Rússia, o novo metal passou a ser denominado "ouro branco". Em 1824, a mineração de platina começou pela primeira vez na Rússia. A maior pepita de platina, pesando quase 8 kg, foi encontrada na mina Isovsky em 1904, foi batizada de "Gigante dos Urais" e hoje é mantida no Fundo Diamante. Com o desenvolvimento da engenharia de rádio, equipamentos médicos, indústria automotiva, computação e indústria espacial, foram necessárias peças feitas de metais resistentes ao desgaste, que não se corroessem e não interagissem com materiais adjacentes. A platina possuía essas propriedades, então a demanda por ela começou a crescer. Junto com a demanda, os preços desse metal raro dispararam. No final do século 20 e início do século 21, a platina tornou-se o mais caro dos metais nobres, quase dobrando o custo do ouro. Durante a crise de 2009, a demanda por carros caiu e, como mais da metade da produção anual de platina é usada na indústria automotiva, o preço da platina caiu drasticamente. Porém, um ano depois, devido à melhoria do bem-estar econômico da sociedade, a necessidade de produção de carros novos aumentou e o custo da platina aumentou. No final de 2010, uma onça de platina valia três vezes o preço de uma onça de ouro. Esse salto esteve associado à recuperação e relativa estabilização da economia mundial. E em 2011, por conta da crise nos Estados Unidos, o ouro voltou a liderar o mercado mundial. Atualmente, o preço por onça de platina é ligeiramente superior ao preço de uma onça de ouro.