Em meio à crescente incerteza nos mercados financeiros globais, alimentados por conflitos geopolíticos e comerciais, países e investidores tradicionalmente buscam segurança no ouro.
Nos últimos anos, alguns países começaram a repatriar ouro do exterior ou a comprar ativamente o metal precioso. No ano passado, o banco central alemão (Bundesbank) recuperou 674 toneladas de reservas de ouro mantidas em Paris e Nova York desde a Guerra Fria. No início deste ano, a mídia turca informou que Ancara devolveu 220 toneladas de ouro do exterior dos Estados Unidos em 2017. Ao mesmo tempo, o Banco Nacional Húngaro anunciou planos para repatriar 100.000 onças (3 toneladas) de ouro de Londres.
Na última década, os bancos centrais em todo o mundo evoluíram de vendedores de ouro para compradores de ouro, com a atividade do setor formal crescendo 36 por cento em 2017 para 366 toneladas em relação ao ano anterior. A demanda no primeiro trimestre deste ano aumentou 42% na base anualizada, enquanto as compras somaram 116,5 toneladas.
A Rússia, que atualmente ocupa o quinto lugar entre os países com as maiores reservas de ouro de quase 2.000 toneladas, foi o maior comprador do metal precioso nos últimos seis anos. Em 2017, o Banco Central do país comprou 224 toneladas de lingotes, outras 106 toneladas nos primeiros seis meses deste ano. O Banco da Rússia explica essa estratégia como parte da diversificação das reservas do país em dólares americanos.
Cerca de dois terços do ouro nacional está supostamente guardado no cofre do Banco Central em Moscou, com o restante em São Petersburgo e Yekaterinburg. O ouro russo é armazenado em barras que pesam entre 100 gramas e 14 quilos.
O foco de nossa economia no acúmulo de reservas de ouro remonta à era czarista. Naquela época, o metal precioso servia para elevar a moeda nacional. Em 1894, as reservas de ouro do Império Russo atingiram 1400 toneladas e foram as maiores do mundo até 1914. Como resultado da Primeira Guerra Mundial e da Revolução de Outubro que se seguiu, foi necessário pagar os empréstimos a bancos estrangeiros. A maior parte das reservas da era czarista foi gasta pelo governo bolchevique em alimentos e equipamento industrial, e em 1928 apenas 150 toneladas permaneceram no tesouro.
Durante a era Stalin, as reservas de ouro do país aumentaram novamente, pois Joseph Vissariona acreditava que o metal precioso era um dos pilares-chave para a rápida industrialização da economia. Durante esse período, as reservas de ouro aumentaram para 2.500 toneladas, mas em outubro de 1991 diminuíram gradualmente para apenas 290 toneladas.
As minas de ouro russas estão localizadas principalmente nas proximidades de Magadan. O metal precioso também é extraído em Chukotka, Yakutia, nas regiões de Irkutsk e Amur, no Território Trans-Baikal, bem como nas regiões de Sverdlovsk e Chelyabinsk e nas repúblicas da Buriácia e Bashkortostan.
Entre as maiores mineradoras de ouro do país; Polyus Gold, uma das 10 maiores empresas de mineração de ouro do mundo em volume de produção, Toronto-Kinross Gold Corporation, bem como as mineradoras da Rússia Polymetal International, grupo UGC e GV Gold.
